31 maio, 2016

O boom das fazendas de oliveiras e do consumo de azeite no Brasil

Coincidência ou não, os brasileiros despertaram para o consumo de azeite de oliva na mesma época em que as plantações brasileiras de oliveira começaram a colher bons frutos. 

O site internacional Olive Oil Times mostra que o consumo de azeite de oliva no Brasil aumentou quase cinco vezes nos últimos 15 anos. Mesmo com o mercado mais maduro, nosso consumo ainda está muito abaixo dos gregos, italianos, espanhóis e portugueses. Enquanto gregos consomem em média 18 litros por ano, brasileiros consomem 400 ml por ano.

Alguns fatores contribuem para o crescimento no interesse pelo óleo da azeitona: a consciência dos benefícios que o azeite traz para a saúde, a melhora no poder aquisitivo da população brasileira até 2013 e o aumento do preço de óleos vegetais, como de soja e milho.

O consumo aquecido também mostra outros dados interessantes. Hoje em dia, 85% do azeite de oliva disponível no Brasil vêm de países europeus, principalmente Portugal e Espanha. Isso garante o 4o lugar no ranking de países que mais importam azeite de oliva e significa que a produção no Brasil tem um potencial enorme de expansão e consolidação.

 

Brasil combina com boas azeitonas

Depois de séculos acreditando que nossa terra não tem vocação para a olivicultura, produtores comemoram resultados impressionantes nos últimos anos e começam a chamar a atenção de especialistas internacionais.

No caso da nossa fazenda, já extraímos os primeiros litros de um azeite encorpado e bastante saboroso – fruto das primeiras oliveiras plantadas, em 2012.

O desenvolvimento dos 13 hectares de árvores plantados em Aiuruoca, Minas Gerais, comprovam as evidências de que o Brasil tem todos os ingredientes para aumentar o consumo do azeite nacional. Além de Minas Gerais, os estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo também têm as características de clima e solo necessárias para esse cultivo.

O consumo de azeite de oliva nacional favorece nossa economia e ainda tem o benefício de ser mais fresco. Enquanto os produtos estrangeiros percorrem enormes distâncias e atravessam o oceano para chegar aqui, o intervalo de tempo entre a extração do óleo nacional e a mesa do consumidor é muito menor. Ao contrário do vinho, a regra do azeite é simples: quanto mais fresco, melhor. E, se for artesanal, melhor ainda.

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Nelio Weiss

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